Vinícius Coelho teve sua vida ligada ao Coritiba. Sem dúvida, sua ligação com o time de coração ficou registrada na história coritibana, tendo sido vice-presidente do Clube, além de autor de um dos Hinos do Alviverde. Além do mais, Vinícius Coelho foi sócio do Coxa.
A documentação que comprova a relação associativa com o Alviverde foi encontrada nos acervos do Clube, por integrantes do grupo de pesquisa da UFPR.

Atuando na imprensa, Vinícius sempre divulgou o Coxa, seja quando esteve em Curitiba, ou trabalhando no Rio de Janeiro, onde serviu como um importante elo entre o time Coxa-Branca e o centro do poder do futebol brasileiro.

Por isso mesmo, confira esta postagem no blog do Coritiba Foot Ball Club para saber mais sobre esta personalidade coritibana e curitibana, que teve uma destacada vida desportiva.

Os primeiros tempos na carreira jornalística desportiva
Segundo matéria do site oficial do Verdão, Vinícius Coelho “iniciou a carreira como cronista, em 1953, no Diário do Paraná” para logo depois se tornar “repórter do jornal O Globo, chefe da editoria de esportes da Gazeta do Povo, trabalhou no Canal 6, na TV Paranaense (RPC TV)”. Além disso, “foi colunista do Jornal Tribuna do Paraná e atuou nas rádios Colombo, Independência, Universo [Diario da Tarde, Ano 1975\Edição 22581, 14/07/1975] e Cidade”.

Em 1955, Vinícius remontava a equipe esportiva da Z-9, com o programa “Atualidades Esportivas”. Naquele mesmo ano, passaria a ser o diretor esportivo da Rádio Colombo. O ano de 1955 marcaria o noivado de Vinícius com Jezzy Sottomaior Lagos, com quem casaria no ano seguinte.

Em 1956, seu trabalho na crônica especializada ganhava destaque, inclusive com premiações pelo seu desempenho profissional na área desportiva.

Quatro anos depois, o jornalista iria colaborar com a própria categoria profissional, sendo eleito à diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná. Da mesma maneira, como jornalista, representou a classe sendo o presidente da Associação Brasileira de Cronistas Esportivos.
Além disso, como jornalista esportivo, ainda em 1959, Coelho viria a comentar jogos de futebol pela Rádio Guairacá, ao lado do narrador Rafael Iatuaro.
Sua atuação nas rádios lhe rendeu o prêmio de melhor comentarista de futebol no ano de 1963 (Correio do Paraná, Ano 1964\Edição 01569, 20/09/1964).

Nas redações de jornal
Vinícius Coelho trabalhou em vários jornais. Em Curitiba, estreava no Correio de Notícias no dia 13/02/1979 (Correio de Notícias, Ano 1979\Edição 00527, 13/02/1979).
No início dos anos 90, seguia colunista do Correio de Notícias, onde escrevia sobre futebol local, nacional e internacional. Além disso, sobre outros esportes também. Naquele jornal, tinha a coluna denominada “No Grande Círculo”.
Por outro lado, nos anos seguintes, agora já na Tribuna do Paraná, foi colunista durante vários anos. Lá Vinícius tinha um fiel público leitor, naquele que era um importante meio de comunicação, por ter forte apelo popular.
Participação no cenário nacional
Uma curiosidade: Vinícius também teve participação no cenário musical. Isto porque assinou as notas de contracapa de um LP de músicos brasileiros, que saiu pela Gravadora Copacabana, em março de 1964. O disco chamava-se “Humoristas”. Entre os artistas daquela produção discográfica, outro coritibano: o ator Ary Fontoura. O disco tinha em um lado “sketches” cômicos e no outro lado, interpretações musicais (Ultima Hora, Ano 1964\Edição 00821, 29/01/1964).

Ainda no cenário musical, Coelho participou como jurado de um programa “A Grande Chance”, do canal 6, a TV Paraná de Curitiba (A Cidade (SC), Ano 1968\Edição 00011, 13/07/1968)
Nos anos 70, se tornou correspondente da revista especializada Manchete Esportiva, que tinha sede no Rio de Janeiro.

Uma outra premiação, desta vez de nível nacional, ocorreu em 1983. Foi a “XI Bolla de Ouro”, ocorrida no Rio de Janeiro. Vinícius foi contemplado na categoria “destaque estadual” (Ultima Hora, Ano 1983\Edição 10930, 28/03/1983).
No Rio de Janeiro, Vinícius Coelho atuava na equipe do jornal O Globo, sendo reconhecido pela sua capacidade de também escrever com bom humor sobre os bastidores do futebol carioca (Tribuna da Imprensa (RJ), Ano 1971\Edição 06398, 12/05/1971). Entretanto, no Rio, Vinícius também tinha outra “atividade”: sempre que necessário, colaborava com o Coxa. Isso porque ele representava o Coritiba nas terras cariocas (Tribuna da Imprensa (RJ), Ano 1971\Edição 06524, 09-10/10/1971), inclusive perante personalidades do futebol carioca.

Participação no cenário internacional
Pelas ondas da Rádio Clube Paranaense (na época, a mais antiga do Paraná e terceira mais antiga do Brasil), Vinícius trabalhou ao lado de Munir Kalluf (outro personagem importante do futebol paranaense, que atuou profissionalmente no Verdão, além de ter sido comentarista de TV, bem como professor na UFPR).

Em 1977, por exemplo, ambos fizeram a cobertura jornalística de um evento internacional, a partida entre o Brasil e a Alemanha. Tempos depois, Vinícius estava em Cali, na Colômbia, de onde transmitiu dois boletins diários (Correio de Notícias, Ano 1977\Edição 00037, 06/06/1977).
Atuando pelo Diario da Tarde, participou da cobertura jornalística da Copa do Mundo de 1982, comentando sobre o desempenho das seleções daquele mundial (Diario da Tarde, Ano 1982\Edição 19344, 12/06/1982).
Na “telinha”, Vinícius foi narrador
Na TV Paranaense, o Canal 12, Vinícius Coelho era responsável também por narrações de jogos, como a do Coritiba contra o Atlético Mineiro, em 1974, que se tornaria uma “revanche” do Torneio do Povo, vencido no ano anterior pelo Alviverde (Diario da Tarde, Ano 1974\Edição 22155, 02/02/1974).

Vinícius Coelho teve sua vida ligada ao Coritiba
Ainda em 1956, Vinícius iria trabalhar no clube do coração, o Coritiba Foot Ball Club. No Alto da Glória, atuaria como vice-presidente do Departamento de Publicidade do Coxa (A Tarde, Ano 1956\Edição 01817, 12/06/1956). Naquele período, quem comandava o Verdão era o vitoriosíssimo Aryon Cornelsen, que se tornaria o padrinho de casamento de Vinícius.

Nesse meio tempo de sua carreira profissional, Vinícius Coelho se aproximou também do cinema. Além disso, no campo da literatura, escreveu três livros, dois dos quais em parceria com o jornalista Carneiro Neto: a biografia do ex-presidente do Cori, Aryon Cornelsen (“Um empreendedor de vitórias”), “Atle-Tiba: Paixão de Multidões” e “Evangelino: Campeoníssimo”.

Principalmente, para ajudar o time do coração, foi autor de um dos Hinos do Clube, ao assinar a letra de “Eterno Campeão”.
Ao passo que, na condição de narrador esportivo na TV, também marcou história pelo Coxa. Foi em 1985, justamente porque Vinícius Coelho participou de parte final da narração da conquista do time Coxa-Branca no Campeonato Brasileiro de futebol, na partida que o Coritiba disputou no Maracanã.

Ainda pelo Coritiba, Vinícius também foi sócio do Coxa. Isso pode ser confirmado quando sua ficha cadastral de adesão ao quadro associativo do Alviverde foi encontrada no acervo do Clube por integrantes do grupo de pesquisa da Universidade Federal do Paraná.
Um momento difícil
Infelizmente, Vinícius Coelho vivenciou uma passagem difícil, relacionado ao time do Cori. Foi em 1963, quando do período eleitoral no Alto da Glória. O jornalista e familiares forem ameaçados anonimamente.

Em resposta, Vinícius publicou que seguira noticiando sobre eleições do Coritiba e dos outros clubes curitibanos. O objetivo seria para que “os desportistas e associados estejam alertados contra os aventureiros e exploradores do futebol” (A Nação (SC), Ano 1963\Edição 00450,19/12/1963).
A promoção de “A Maior Torcida do Paraná”
Nos anos 80, atuando na editoria do Jornal do Estado (na época, a redação do jornal ficava no Centro Cívico, bem próximo da Prefeitura), realizou um concurso sobre quem era a maior torcida organizada do Paraná. Pelo Coritiba, a Torcida Jovem representava o Clube. E foi a Torcida Jovem a vitoriosa da premiação.

Naquela oportunidade, um dos leitores do jornal recebeu uma camisa da torcida organizada do time com mais votos durante toda a promoção. O Coxa foi o time vencedor e o sorteado foi o torcedor Luiz Carlos Betenheuser Júnior. O torcedor do Cori relembra daquela oportunidade. “Recebi em mãos do Vinícius a camisa da Torcida Jovem do Coritiba. Ali surgia uma amizade de três décadas. Com os anos, tive a oportunidade de conversar com ele e aprender sobre futebol”.

Uma curiosidade: nos anos 80, a Torcida Jovem tinha uma faixa com os dizeres “A Verdadeira Maior e Mais Vibrante Torcida do Paraná” que era estendida no terceiro anel da curva de fundos do Estádio Couto Pereira. Era uma alusão direta ao prêmio conquistado pela torcida.
Anos 2000 e sua contribuição à educação pública de Curitiba
Finalmente, uma parte da história de Vinícius Coelho atuou na colaboração com sua cidade e com a cultura infanto-juvenil. Tanto que em 2011, com ajuda de Vinícius Coelho, mais de quinhentos exemplares do livro “Evangelino: Campeoníssimo” foram doados às escolas públicas de Curitiba. Isso tudo reforça a poderosa relação entre Coritiba e a cidade de Curitiba, que vem desde 1909.

Além disso, o jornalista foi um dos homenageados pelo movimento Cori Ação, um grupo organizado que divulgava as cores do time do Alto da Glória, com eventos culturais, educativos e assistenciais por Curitiba e cidades paranaenses do litoral, interior e também na Região Metropolitana.

Fontes:
A Divulgação, Ano 1956\Edição 00010, outubro de 1956
A Gazeta Esportiva, Ano 1956\Edição 09288, 10/02/1956
A Tarde, Ano 1959\Edição 04504, 26/09/1959
Correio da Manhã (RJ), Ano 1972\Edição 24284, 12/06/1972
Correio de Notícias, Ano 1977\Edição 00017, 12/06/1977; Correio de Notícias, Ano 1990\Edição 00133, 21/10/1990
Diario da Tarde, Ano 1973\Edição 22118, 17/12/1973
Nicolau, Ano 1995\Edição 00057, s.d.
O Dia, Ano 1932\Edição 02569, 01/06/1932; O Dia, Ano 1956\Edição 10406, 15/12/1956; O Dia, Ano 1961\Edição 11649, 24/01/1961
As pesquisas continuam e mais pessoas podem doar cópias digitais de seus acervos para o Coritiba
As pesquisas sobre a história do Coxa seguem com os trabalhos da Comissão de Preservação da Memória e da História do Coritiba Foot Ball Club. Primordialmente, quando o assunto são os fundadores do Verdão, a pesquisa é realizada conjuntamente com o grupo de historiadores Helênicos, estudiosos da história coritibana.
Da mesma forma, atividades vêm sendo realizadas pelo grupo de pesquisa e extensão a partir do núcleo de ciências jurídicas. Entretanto, este grupo recebe alunos de outras áreas da UFPR.
Por se tratar de uma pesquisa de grande amplitude e dificuldades no acesso de fontes primárias, atualizações dos bancos de dados são sempre bem-vindas e recomendadas, de forma aprimorar a metodologia de trabalhos. Logo, é importante destacar que eventuais imprecisões podem ocorrer, sendo um problema da pesquisa. Por isso mesmo é tão importante que se disponibilizem novas fontes documentais.
Portanto, familiares dos fundadores do Coritiba Foot Ball Club que tenham interesse em doar cópias digitais de itens relacionados aos fundadores podem entrar em contato com a direção do Clube clicando aqui.
Verdão tem uma parceria técnica com a UFPR para melhor cuidar da história do Clube
Em uma parceria entre o Coritiba e a UFPR, o acervo histórico do Verdão também é cuidado por acadêmicos de graduação, bem como de pós-graduação. Nesse sentido, são pessoas com interesse em pesquisar mais a história do Clube e sua relação direta com a cidade de Curitiba.
O grupo de pesquisa e extensão foi formado a partir do núcleo do Setor de Ciências Jurídicas da Universidade Federal do Paraná. O grupo conta com alunas e alunos também de outras áreas da UFPR, como da História, Ciências Sociais e Educação Física. A equipe iniciou os trabalhos acadêmicos no acervo histórico do Coxa em 02/07/2025.
O professor Luís Fernando Lopes Pereira é o líder do grupo de pesquisa. Ele conta com a colaboração de outro docente da Universidade, o professor de Sociologia na Faculdade de Direito, Rodrigo Horochowski, que também acompanha as atividades de pesquisa científica do grupo. Entre os achados do grupo, borderôs e relatórios financeiros de todos os jogos do Coritiba no Torneio do Povo.
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As principais responsabilidades da diretoria do Coritiba Foot Ball Club, como Associação, estão vinculadas à fiscalização do contrato de compra e venda da SAF. Nesse sentido, são obrigações diretivas:
– Principalmente, acompanhar o cumprimento do pagamento das dívidas, em especial das parcelas da recuperação judicial da Associação;
– Da mesma forma, o cumprimento dos aportes financeiros anuais na gestão do Clube (futebol e atividades de apoio);
– Além disso, a gestão patrimonial. Inclusive quanto a manutenção e investimentos no CT Bayard Osna, no novo CT, tanto quanto no Estádio Major Antônio Couto Pereira;
– Bem como, os cuidados com a preservação histórica.
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Se você encontrou algum erro nesta matéria, por favor, entre em contato. Além disso, o Coritiba Foot Ball Club preza pelos créditos merecidos, então nos avise sobre eles.