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Coritiba e UFPR firmam convênio de preservação histórica

01/07/2025 - 07:07
Luiz Carlos Betenheuser Júnior

Coritiba e UFPR firmam convênio de preservação histórica do Clube e de Curitiba, um importante avanço para bem-cuidar de itens do acervo que vem sendo formado desde 1909.

Nesta terça-feira (1/7), o Coritiba Foot Ball Club assinou uma parceria com a Universidade Federal do Paraná. O projeto visa a preservação histórica relacionada ao Clube e à cidade de Curitiba. Representando o Verdão, a presidente Marianna Libano De Souza; do lado da Universidade, Melina Girardi Fachin, diretora do Setor de Ciências Jurídicas da instituição.

A presidente coritibana, Marianna Libano, presenteia Melina Girardi Fachin, diretora do Setor de Ciências Jurídicas da UFPR, com uma camisa do Coxa

“Coritiba, Curitiba e a História da Nossa Gente”

A denominação do projeto é “Coritiba, Curitiba e a História da Nossa Gente”. O principal objetivo do projeto é melhorar as condições de guarda e divulgação do acervo histórico do Coxa.

Consequentemente, como resultado do projeto, mais pessoas terão acesso a informações sobre o Coritiba e sua participação no crescimento urbanístico, social e econômico de Curitiba, no futebol paranaense e brasileiro. Da mesma forma, terão acesso a dados primários relacionados ao Alviverde, importantes para pesquisas científicas. 

Da esquerda para direita, Guilherme Stival, Luiz Henrique Barbosa Jorge, o Espeto, Marinna Libano e Melina Girardi Fachin

Os impactos do projeto no Coritiba

Do lado do Clube, estruturou-se um núcleo de pesquisa, a Comissão de Preservação de Memória e História. A comissão é formada por pessoas que integram o Conselho Deliberativo e o quadro associativo do Coxa. Além disso, especialistas em preservação histórica de instituições de referência (como o Museu Oscar Niemeyer e o Arquivo Público Municipal de Curitiba) integram o grupo. Eles atuam de forma voluntária e não remuneradas para cuidar bem da história coritibana.

Daniel Ferreira, o 4º vice-presidente do Coxa e membro do grupo de estudos, também comenta sobre a parceria: “O Coritiba precisava dessa iniciativa. Sua história está profundamente ligada à de Curitiba. No início do século, tínhamos uma cidade ainda ruralizada, marcada por estruturas de privilégios e da escravidão (recém-abolida). Com a chegada de imigrantes e da República, iniciou-se um processo de urbanização e transformação social”.

O vice-presidnete explicou que “O Clube surgiu neste contexto, a partir de descendentes germânicos — mas não só deles —, adotou o nome da cidade e cresceu com as pessoas que aqui chegavam ou já estavam, acolhendo e refletindo a diversidade étnica dessa nova sociedade complexa, em formação”.

Da esquerda para direita, Luís Fernando Lopes Pereira, Daniel Ferreira, Rodrigo Horochowski e Humberto Imbrunisio

Coritiba e UFPR firmam convênio: dirigentes avaliam a parceria institucional

O 2º vice-presidente do Coritiba, Luiz Carlos Betenheuser Júnior, é um dos integrantes da Comissão de História do Clube, e explica um pouco sobre o projeto: “Trata-se de uma demanda que cada vez mais ganha importância junto à torcida do Coritiba. O cuidado com o patrimônio histórico do Coxa é uma obrigação contratual que é priorizada pela diretoria”. Outra demanda permitirá que mais pessoas possam conhecer a história coritibana. Por isso mesmo, “futuramente apresentaremos um pedido ao Conselho Municipal do Patrimônio Cultural de Curitiba para o tombamento do acervo do Coxa”, ressalta o dirigente.

Principalmente reforçando o avanço institucional no Alviverde com o projeto científico, outro vice-presidente do Cori, Guilherme Stival, comentou que “Trata-se de uma ação fundamental não somente para o Coritiba como para toda a sociedade paranaense e curitibana”. Isso porque, na opinião de Stival, “A história do Clube e da cidade de Curitiba caminham juntas desde a fundação do Clube. A parceria disponibiliza conteúdos de pesquisa e de informação para todos que estiverem interessados”

Outro dirigente Coxa, o primeiro vice-presidente, Luiz Henrique Barbosa Jorge (Espeto), fez questão de demonstrar a satisfação com o convênio firmado: “Fico muito feliz com a parceria firmada entre o Coritiba e a UFPR nesse projeto histórico em todos os sentidos, pois além de resgatar um acervo riquíssimo, disponibilizará, à atual e às futuras gerações, todo esse material que mostra a história da nossa cidade através de um clube glorioso e centenário”.

Coritiba e UFPR firmam convênio de preservação histórica

Os impactos do projeto e a Universidade Federal

Pelo lado da Universidade, foi organizado um grupo de pesquisa e extensão a partir do núcleo de ciências jurídicas. Entretanto, este grupo recebe alunos de outras áreas da UFPR, como da História, Ciências Sociais e Educação Física. Além disso, o grupo de pesquisa está aberto a interessados da comunidade.

O trabalho será conduzido por especialistas do Departamento de Ciência e Gestão da Informação da UFPR, com acompanhamento institucional do Coritiba. O acervo inclui documentos administrativos, esportivos, sociais e culturais que ajudam a contar a trajetória do Coritiba desde sua fundação, contribuindo também para a produção de conhecimento e para o fortalecimento da identidade Coxa-Branca.

A diretora Melina Fachin reforçou a importância do projeto: “Como diretora da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná, celebro com entusiasmo a assinatura do convênio de extensão com o Coritiba Foot Ball Club. Esta parceria representa não apenas uma valiosa oportunidade de pesquisa no campo do direito e da memória institucional, mas também uma contribuição significativa para a preservação da história social e esportiva da cidade de Curitiba. Trata-se de uma iniciativa que reforça o compromisso da universidade pública com a cultura, o conhecimento e a valorização do patrimônio coletivo”, ressaltou.

A UFPR e sua contribuição à cidade de Curitiba e ao Coxa

O professor Luís Fernando Lopes Pereira é o líder do grupo de pesquisa. Ele afirma que, do ponto de vista da Universidade Federal do Paraná, duas questões merecem destaque. A primeira, “de um lado, a contribuição que nossa  centenária instituição de ensino superior presta no sentido da preservação da memória e da história de uma outra instituição centenária, cujos caminhos assim como os nossos estão imbricados com os da cidade”.

Luis Fernando completou explicando que “de outro, a possibilidade que o projeto oferece a nossos alunos para um contato único com fontes primárias (cujo lapso temporal inicia em 1909) de variadas tipologias, ricas para a história local e que fomentarão, sem dúvidas, uma gama variada de pesquisas em diversos recortes.”

Pela Universidade Federal, também participou da solenidade o professor de Sociologia na Faculdade de Direito, Rodrigo Horochowski.

Entre os itens do acervo do Coritiba, há documentos relacionados à construção do Estádio Belfort Duarte

A importância do projeto também para a cidade de Curitiba

Do mesmo modo, para Humberto Imbrunisio, conselheiro do Cori e gestor do Museu Oscar Niemeyer, o projeto é fundamental para compreender a história do Coritiba e suas relações com o Município. Humberto destaca a importância histórica das pessoas envolvidas na criação e desenvolvimento do Clube. Além do mais, “O projeto busca realizar uma pesquisa aprofundada das fontes históricas e implementar processos museológicos para preservar o acervo”. Com isso, será salvaguarda “a memória institucional e cultural do Coritiba para o futuro.” 

Kelton Bruno Sabatke, historiador, professor e gerente de Acervo e Pesquisa do Departamento de Arquivo Público, destaca que “preservar a documentação histórica do Coritiba é fundamental não só para a instituição e sua torcida, mas também para o município”.

Além disso, havia brasileiros natos e imigrantes entre os fundadores. Eram “importantes comerciantes e industriais que muito contribuíram para o desenvolvimento de nossa capital nas primeiras décadas do século XX”. Ou seja, os fundadores do Verdão ajudaram a construir a cidade que é motivo de orgulho para tanta gente. “As trajetórias desses pioneiros, que decidiram levar o nome da cidade em sua camisa e representá-la nos gramados, são registros de indiscutível relevância para a história curitibana”, comentou Sabatke. 

A presidente do Coritiba fala

Por sua vez, para a presidente do Coritiba, Marianna Libano, “este é um momento de enorme relevância para todos os que valorizam a história do Coritiba. Temos profissionais e torcedores apaixonados trabalhando nisso desde o 1˚ dia de nossa gestão, e agora, em poucos meses, ter esse este convênio com uma das instituições acadêmicas mais respeitadas do país”.

Para a presidente Coxa-Branca, a parceria reafirma “nosso compromisso com a memória do Clube e com as futuras gerações de torcedores, pesquisadores e apaixonados pelo futebol”. No entendimento da dirigente, é grande a importância à instituição Coxa-Branca cuidar bem do seu patrimônio histórico. Logo, “a história do Coritiba é um patrimônio que precisa ser cuidado, conhecido e celebrado.”

Futuramente alguns dos itens do acervo do Coritiba serão expostos ao público

Uma homenagem aos precursores e fundadores

O grupo de pesquisas no Coritiba Foot Ball Club é denominado “Os Coritibanos”. Primordialmente, trata-se de uma homenagem às primeiras pessoas que participaram dos primórdios coritibanos, seguindo viagem de Curitiba até Ponta Grossa.

Foi naquela cidade onde ocorreu a primeira partida intermunicipal de futebol no estado do Paraná. Naquela oportunidade, em 24 de outubro de 1909, um time formado em Curitiba jogou contra a equipe que já existia naquela cidade dos Campos Gerais. Entretanto, como o futebol curitibano ainda estava em formação, o time da capital não tinha um nome de fundação. Então, a imprensa que cobriu o jogo escreveu nos jornais o termo “Os Coritibanos”, uma alusão ao time da capital paranaense.

Escalações do primeiro jogo intermunicipal realizado no Paraná, entre Coritibanos e Pontagrossenses (Diario da Tarde, Ano 1909\Edição 03240, 26/10/1909)

*** CFC ***

As principais responsabilidades da diretoria do Coritiba Foot Ball Club, como Associação, estão vinculadas à fiscalização do contrato de compra e venda da SAF. Nesse sentido, são obrigações diretivas:

– Principalmente, acompanhar o cumprimento do pagamento das dívidas, em especial das parcelas da recuperação judicial da Associação;

– Da mesma forma, o cumprimento dos aportes financeiros anuais na gestão do Clube (futebol e atividades de apoio);

– Além disso, a gestão patrimonial. Inclusive quanto a manutenção e investimentos no CT Bayard Osna, no novo CT, tanto quanto no Estádio Major Antônio Couto Pereira;

– Bem como, os cuidados com a preservação histórica.

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